Desempenho financeiro

Contexto econômico

O Brasil deu início em 2017 a uma lenta retomada da atividade econômica após dois anos de profunda recessão. As expectativas de retomada se confirmaram gradativamente com o aumento da renda média real e estabilidade nos níveis de desemprego.

O início da recuperação econômica permitiu a continuidade dos movimentos de redução na taxa básica de juros, que encerrou 2017 em 7,00% ao ano, quase metade do índice de 2016, de 13,75%. A cotação média do dólar em relação ao Real caiu 9%, cotado a R$ 3,19.

No setor automotivo, o número de veículos leves licenciados voltou a crescer depois de quatro anos de queda e totalizou 2,2 milhões, um incremento de 9% em relação a 2016. A decisão dos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de reduzir a produção de petróleo até novembro de 2018 influenciou o preço internacional, que iniciou 2017 cotado a US$ 57/barril (Brent) e encerrou o ano a US$ 67/barril, uma valorização de 18%.

No mercado petroquímico, dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) mostraram alta de 6% em 2017 no Consumo Aparente Nacional.

No varejo farmacêutico, segundo dados das associadas da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a receita de vendas foi 9% maior em 2017.

Balanço das vendas

Na Ipiranga, o volume de vendas se manteve praticamente estável em 2017, mesmo com o aumento observado no preço dos combustíveis ao longo do ano. O volume vendido de combustíveis para veículos leves (ciclo Otto) aumentou 1%, influenciado pelo crescimento da frota. Acompanhando a retomada da economia, o volume de diesel voltou a crescer a partir do segundo semestre, encerrando o ano com redução acumulada de 2%.

A Oxiteno registrou recorde em vendas em 2017, com crescimento de 7%. Esse resultado decorre das expansões de 16% e 5% nos volumes comercializados de commodities e especialidades químicas, respectivamente, devido ao volume vendido em pré-marketing para os Estados Unidos por conta da nova planta de Pasadena (EUA), além do crescimento no mercado interno.

O volume comercializado pela Ultragaz registrou queda de 1% em 2017. Apesar da estabilidade do segmento envasado, fruto de investimentos para adição de novas revendas, o segmento granel teve redução de 3%, em função da perda de alguns clientes para o gás natural.

A maior movimentação de combustíveis permitiu o avanço de 8% da armazenagem média total da Ultracargo.

A Extrafarma acelerou o seu ritmo de expansão, com 100 lojas abertas em 2017, totalizando 394 lojas, em 12 estados, um crescimento de 25% em relação ao ano anterior.

Resultados

Em mais um ano de resultados consistentes, o Ultra registrou crescimento de receita em todos os seus negócios em 2017. Como consequência, a receita consolidada da Companhia avançou 3%, chegando a R$ 80 bilhões.

O EBITDA atingiu R$ 4 bilhões, uma redução de 4% em relação a 2016. O resultado foi influenciado, principalmente, por conta do Termo de Compromisso de Cessação de Práticas (TCC) assinado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em novembro de 2017. O acordo, no valor de R$ 93 milhões a ser pago em oito parcelas mensais, se refere a um processo sobre cartel iniciado em 2009, impactando o EBITDA em R$ 84 milhões. Caso não tivesse ocorrido esse e outros efeitos extraordinários, o EBITDA seria estável na comparação com 2016.

EBITDA (R$ Milhões)


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Endividamento

A dívida bruta do Ultra foi de R$13,6 bilhões e o caixa bruto, R$ 6,4 bilhões. O endividamento líquido, que totalizou R$ 7,2 bilhões no período, corresponde a 1,78 vezes o EBITDA, assegurando a solidez financeira e o compromisso com o crescimento de longo prazo.

Desempenho comparativo20162017Variação (%)
Receita líquida de vendas e serviços77.35380.0073
Custos dos produtos vendidos e serviços prestados(70.343)(72.736)3
Lucro bruto7.0107.2724
Despesas gerais, adm., com vendas e comerciais(4.097)(4.462)9
Outros resultados operacionais, líquidos19959-70
Resultado na venda de bens(6)(2)-63
Lucro operacional3.1062.867-8
EBITDA4.2174.064-4
Depreciações e amortizações1.1041.1767
Equivalência patrimonial721176

Mercado de capitais

As ações do Ultra (UGPA3) negociadas na B3 fecharam o ano de 2017 cotadas a R$ 75,00, com valorização de 10% em um ano.

A Companhia declarou dividendos de R$ 951 milhões, um incremento de 5% em relação a 2016. Esse montante representa um dividend yield de 2,4% sobre o preço médio das ações em 2017.